A fogueira já estava apagando, o sol nasceu, e os abençoou tirando-lhes o frio, as batalhas iriam começar novamente, e aos poucos a memoria do cavaleiro voltava, nos portais da cidade chegavam ônibus voadores, onde os capatazes ofereciam trabalho na extração de sal, levavam os trabalhadores até as salinas e a noite os traziam de volta, davam-lhes pouca comida, água potável e dez moedas, qualquer um podia ir,  já os mais capacitados e que tivessem armaduras podiam aceitar participações melhores, como construção de castelos etc...

           O cavaleiro milenar tinha armadura mas tinha também que tomar muito cuidado na escolha de sua batalha, pois embora não se lembrasse tinha muitos inimigos na cidade blindada, seu sangue era muito valioso, era puro e saudável, era sangue da nobreza, dna de quem nasceu na cidade blindada, sua espectativa de vida era de mais de mil anos, pensou nas salinas lembrou de mar, havia treinado em cavalos puro sangue na areia, o  que lhe garantiam a comenda de cavaleiro milenar, titulo incontestável que ora estaria subtraido, sobrando-lhe apenas a honra e a coragem absoluta.

           Um carro havia chegado ao portal com a oferta de uma única vaga na batalha na sucata, sem saber do que se tratava e sentindo-se seguro aceitou de pronto, então foi levado a uma montanha formada por materiais não orgânico descartados, onde deveria encontrar e separar tudo que pudesse ser reciclado.

           Após meio dia de batalha mudou o cenário da montanha, transformou em planice de objetos organizados, com uma eficiência nunca vista pelo capataz, que então gentilmente lhe trouxe comida e bebida abundante e lhe concedeu uma hora de descanso.

           O cavaleiro lembrou-se de ter visto um livro, e foi apanha-lo para se distrair, o livro chamava-se "AULA DE BICICLETA" e começava assim:...  aprenda a pedalar agora.

            Após a leitura, pôs-se a batalhar novamente, e ficou pensando na ideia de uma bicicleta que pudesse leva-lo até o centro da cidade blindada.

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